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Canto para descolonizar o pensamento


São tantos os discursos que habitam nossos pensamentos que quase não conseguimos escutar nossa própria voz. Nossa voz vem de onde? Do jornal, da TV, da timelime, dos livros de ciência ou religião? Quem sabe do alinhamento de mente, espírito e coração, garganta, peito e respiração, força vinda do plexus solar, do silêncio divino, donde vivem os cantos dos pássaros, os ventos e as batidas do coração? A voz vem também do tesão e da oração, do desejo e do vazio, vem de nossos aprendizados, memórias e esquecimentos. Nossos embates, nosso profundo, nossa reflexão, nosso sentimento. Vem, por isso, cheia de contradição. Pois que a voz de cada um é tão singular quanto cada existência e tão comum quanto a natureza de nossos ancestrais há dez mil anos atrás.

Hoje em dia, são poucas as pessoas que se arriscam a cantar. Algumas poucas então são consideradas cantoras. Mas já houve um dia em que cantar era como falar, andar e cozinhar, uma ação pertencente a todxs. Cantava-se para plantar, chover, colher e comer. Cantava-se quando nascia-se e morria-se, quando era preciso ritualizar. Hoje em dia, canta-se em aniversário e, convenhamos, é um dos momentos mais especiais do ano para o aniversariante. O bolo, as velas, as palmas, os sorrisos, os abraços. Quando temos.

Enfim, quase mudei de assunto. O assunto era aquele da necessidade de cantar pra encontrar a própria voz. Pois que é o ofício maior que pude encontrar dentro de minha liberdade. Ainda que sinto-me à serviço de algo que não sou eu, e nem sei como isso tudo veio me acontecer. Mas aqui estou pra o que der e vier. Sou Vitoru Kinjo, cantor, músico, compositor, muito prazer e bora nos conhecer.


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